Funções cognitivas: como elas contribuem com seu sucesso profissional?

17/01/2023 | Santander Universidades

Cada ação mental e física que você realiza, desde pentear o cabelo até comer, só é possível porque seu cérebro processa as informações ao seu redor e trabalha com base nelas. Isso é o que chamamos de funções cognitivas. Orientá-las para a atividade profissional é fundamental para o desenvolvimento de sua carreira. 

O que são funções cognitivas?

Funções cognitivas são as operações mentais realizadas pelo cérebro para processar informações. Por meio dessas operações, ele trabalha com as referências que o cercam, armazenando-as e analisando-as para tomar as decisões apropriadas. Sua influência sobre o comportamento humano faz com que desempenhem um papel crucial para a adaptação ao ambiente social e para a sobrevivência. 

São as funções cognitivas que permitem ao cérebro processar a informação transmitida pelos sentidos, registrando e recuperando-a quando necessário. Acima de tudo, são elas que possibilitam nosso aprendizado.

Também chamadas de processos cognitivos, estas funções incluem aspectos básicos, como percepção e atenção, e outros mais elaborados, como o pensamento. Qualquer ação que realizamos, como ler, lavar a louça ou andar de bicicleta, envolve algum processamento cognitivo. 

Isso diz respeito à maioria de nossas atividades cotidianas. Ou seja, quando qualquer uma dessas funções sofre algum dano, a capacidade de realizar determinadas atividades é prejudicada.  

Embora o estudo das funções cognitivas tenha sido realizado por diferentes disciplinas, como neurologia, antropologia e até mesmo filosofia ou ciência da informação, foi a psicologia cognitiva que começou a analisar a influência que o processamento da informação exercia sobre o comportamento e a aquisição do conhecimento. No final dos anos 1950, as teorias de Piaget e Vygotsky sobre desenvolvimento e aprendizagem cognitiva revolucionaram o cenário científico da época, mantendo-se relevantes até hoje. 

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Tipos de funções cognitivas

As funções cognitivas podem ser classificadas em duas grandes categorias: 

1. Funções cognitivas básicas

São a base para o processamento e a elaboração das informações, permitindo-nos captá-las e mantê-las em nosso “sistema”. As funções básicas compreendem:

  • Sensopercepção. O sistema processa as informações, o organismo capta as sensações e dá sentido a elas. 
  • Atenção. O ser humano seleciona, concentra e mantém seus recursos mentais sobre os estímulos.
  • Processamento de informações. Permite processar as informações captadas para que possam ser elaboradas. 
  • Memória. As informações percebidas são retidas no sistema para que sejam trabalhadas posteriormente, a curto ou longo prazo. 

2. Funções cognitivas superiores

Consistem na união das informações dos processos básicos apresentados acima

  • Pensamento. Integra todas as informações e permite elaborar julgamentos, deduções e aprendizagens. Pode ser um raciocínio indutivo, dedutivo ou hipotético-dedutivo. 
  • Funções executivas. Permitem a gestão do comportamento graças ao planejamento, inibição comportamental e tomada de decisões. Fazem com que o comportamento seja orientado para objetivos de médio ou longo prazo e evitam impulsos repentinos.
  • Aprendizagem. Depende da capacidade de prestar atenção ao estímulo, de armazená-lo na memória e de recuperá-lo posteriormente. 
  • Linguagem. Fundamental na comunicação e como regulação interna do comportamento sob a forma de autoinstruções. A linguagem não é apenas oral, mas também inclui outros tipos de comunicação. 
  • Criatividade. Envolve a elaboração de novas estratégias diferentes do que foi aprendido. 
  • Motivação. Processo pelo qual alguém direciona seu comportamento e sua energia para se dedicar a um tema ou interesse.    

Qual é a relação entre funções e habilidades cognitivas?

As funções cognitivas são operações mentais que resultam na construção de habilidades cognitivas que podem ser treinadas e aprimoradas.

O aprendizado dessas habilidades é um processo que dura a vida toda e que modifica constantemente competências cognitivas como a memória, a concentração, a associação e muitas outras. Para elaborar um raciocínio, o cérebro precisa usar tais habilidades, sendo estas responsáveis por fazer com que ele coloque em prática esse mesmo processo. 

Vejamos o caso da linguagem. Para interpretá-la, precisamos recorrer à aprendizagem adquirida, à memória e ao pensamento, entre outras funções cognitivas complexas. Assim, por exemplo, se exercitamos a ação de lembrar e criar imagens mentais, é possível expandir a memória, o que, por sua vez, ajudará a desenvolver a linguagem.

De fato, o cérebro se assemelha a um músculo; portanto, as habilidades cognitivas podem ser treinadas e, consequentemente, aprimorar nossa capacidade de realizar determinadas atividades. Com isso, nos beneficiamos, por exemplo, de uma maior capacidade de atenção ou uma inteligência mais fluida. Mas como podemos alcançar tudo isso? A resposta é: realizar tarefas específicas dos processos que nos permitem adquirir cada vez mais habilidades.

Ainda que os exercícios de treinamento cognitivo sejam trabalhados principalmente em casos de distúrbios ou danos neurológicos, qualquer pessoa pode — e deve — exercitar seu cérebro, pois isso favorece a aquisição de habilidades cognitivas, facilitando também a obtenção de melhores desempenhos em uma área específica.

Qual é a relação entre as funções cognitivas e o sucesso profissional?

Como já comprovado, as funções cognitivas estão relacionadas com a aprendizagem, a inteligência e a experiência, pois permitem que o conhecimento seja elaborado a partir das informações transmitidas pelos sentidos. Mas por que elas são tão importantes no âmbito profissional?

Funções cognitivas e sua importância para o sucesso profissional

Os processos cognitivos que mais interferem no âmbito profissional são aqueles relacionados com as funções executivas. Ou seja, quem deseja potencializar seus processos cognitivos para o desenvolvimento da própria carreira deve considerar: 

1. O planejamento

capacidade de antecipar o futuro é essencial para o sucesso profissional e o alcance de metas. Planejar a melhor maneira de executar uma tarefa facilita a definição dos passos a seguir, bem como a ordem de prioridades. 

Para realizar qualquer projeto de maneira correta, deve-se procurar atingir os objetivos previamente estabelecidos. Isso envolve definir um cronograma adequado, por meio do qual será possível alcançar as metas desejadas.

Tal planejamento é fundamental para o desenvolvimento profissional, uma vez que é justamente ele que permite atingir os objetivos. Sem um bom planejamento, o desenvolvimento profissional não acontece, pois as metas não serão alcançadas da melhor maneira.  

2. A inibição

A inibição consiste na capacidade de controlar respostas impulsivas e substituí-las por respostas racionais. 

Trata-se de outro elemento essencial para o desenvolvimento da carreira, pois sem ele é impossível lidar racionalmente com as diversas situações que encontramos durante nossa trajetória profissional. 

Controlar os impulsos é possível graças à inibição, sendo esta uma função cognitiva imprescindível em situações de tensão ou estresse, tão comuns no dia a dia de trabalho. 

Além disso, em momentos de conflito, seja com colegas ou superiores, a capacidade de inibição também se mostra fundamental para resolver uma dada questão sem transformá-la em algo ainda maior.  

3. O monitoramento

O monitoramento se refere à capacidade de avaliar o próprio comportamento e de sempre certificar que o plano traçado para o alcance dos objetivos está sendo seguido. 

O monitoramento está presente em muitas situações do dia a dia, mas especialmente no ambiente profissional. Trata-se de trabalhar sem perder de vista o planejamento para atingir os objetivos estabelecidos, além de envolver a verificação contínua de que não há nenhum desvio do planejamento. 

É importante estar sempre atento ao caminho a ser percorrido e seguir esta direção. Caso contrário, o trabalho realizado não alcançará os objetivos definidos.

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4. A tomada de decisões

É a escolha de uma determinada ação de acordo com variáveis externas ou internas, como a experiência de cada um.

A tomada de decisões é uma constante no dia a dia profissional. Por isso, é muito importante que as decisões sejam fruto de um processo de avaliação que leve em conta todas as variáveis, assim como os prós e contras de cada opção.  

Nesse sentido, é fundamental para o desenvolvimento da própria carreira ser capaz de tomar decisões, por mais difíceis que sejam. Caso contrário, sua trajetória pode ser afetada negativamente.  

5. A memória de trabalho ou memória operacional

É a memória de curto prazo que possibilita armazenar e articular as informações para realizar tarefas complexas. Na esfera profissional, a memória de trabalho é importante para o raciocínio, a linguagem, a leitura e as habilidades matemáticas. 

A memória operacional torna possível, por exemplo, manter uma conversa enquanto se retém alguns conceitos-chave para analisá-los e, assim, formular as respostas adequadas; ou, ainda, tomar nota das principais ideias de um discurso, sem desviar a atenção.

Se uma pessoa tem dificuldades com a memória de trabalho, é provável que seja complicado para ela, por exemplo, seguir instruções com várias etapas, pois será difícil levar em conta o passo seguinte enquanto ela executa a etapa atual. 

Ou seja, a memória de trabalho ou memória operacional é mais uma função cognitiva imprescindível para o desenvolvimento profissional.  

6. A flexibilidade cognitiva

É a capacidade de se adaptar às mudanças e de alterar o que foi estabelecido, caso necessário. Ela facilita a consideração das perspectivas dos outros, sendo, portanto, crucial especialmente para o trabalho em equipe. 

As dinâmicas de trabalho em grupo exigem a capacidade de compreender os pontos de vista das outras pessoas, mesmo que sejam muito diferentes dos seus, e ser capaz de integrá-los para encontrar uma solução que leve em conta a opinião de cada um dos membros da equipe. 

Tudo isso é possível graças à flexibilidade cognitiva, mais um elemento-chave para o desenvolvimento profissional. 

7. A resolução de problemas

Trata-se da capacidade de aplicar conhecimentos para a busca de soluções, sendo uma das habilidades mais valorizadas pelas empresas.

Segundo relatório do Fórum Econômico Mundial sobre o futuro do trabalho, a resolução de problemas é uma das 15 habilidades que estarão em alta até 2025.

Ou seja, a capacidade de resolver problemas de forma eficaz e ágil é um grande capital para as empresas. Pessoas capazes de agir proativamente, sem perder tempo, e que encontram as soluções mais adequadas para cada situação, analisando também os impactos de médio e longo prazo, são certamente talentos valiosos para qualquer organização. 

 

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